quarta-feira, 8 de junho de 2011

JÚLIO CESAR

"Alea jacta est.", isto é, "a sorte está lançada", disse Júlio César ao atravessar o rio Rubicão, voltando da Gália para Roma. Sabia que, a partir dali, não havia caminho de volta, ou tomava poder ou sua carreira política estaria encerrada.

Caio Júlio César nasceu em Roma, de uma família de patrícios, a elite romana. Segundo a lenda, sua antepassada mais remota era a própria deusa Vênus, mãe de Enéas, o primeiro povoador da península Itálica.

César viveu seus primeiros anos no bairro popular de Suburra, onde aprendeu, entre outras línguas, o hebraico e dialetos gálicos. Em 82 a.C. escapou às perseguições do ditador Lúcio Cornélio Sila, inimigo de sua família. Entre 81 a.C. e 79 a.C. Julio César prestou serviço militar na Ásia e na Cilícia (na atual Turquia).

Em 78 a.C., com a morte de Sila, regressou a Roma, iniciando carreira de advogado no fórum romano. Era o início de sua carreira política. Em 69 a.C., César foi eleito questor (magistrado encarregado de questões financeiras) pela Assembléia do povo. Foi-lhe designada a província romana da Hispania Ulterior.


Quatro anos mais tarde, foi eleito edil (encarregado dos serviços e obras públicas), e em 63 a.C. , "pontifex maximus" (sumo sacerdote - a religião romana estava ligada ao Estado). Neste mesmo ano, tornou-se pretor (juiz). Depois de um ano no cargo, assumiu o posto de governador da Hispania Ulterior.

Em 59 a.C. Júlio César tornou-se cônsul (chefe de governo) pela primeira vez. Em 58 a.C. iniciou a campanha militar pela conquista da Gália, que duraria até 52 a.C. O historiador Plutarco apontou como saldo dessas guerras 800 cidades capituladas, 300 tribos submetidas, um milhão de gauleses escravizados e outros três milhões mortos nos campos de batalha.

Em 50 a.C., o senado liderado por Pompeu ordenou o regresso de César e a desmobilização das suas legiões na Gália. Júlio César não cumpriu a ordem e, atravessando o Rubicão, no norte da Itália, deu início a uma guerra civil que duraria dois anos. Em 48 a.C. derrotou definitivamente Pompeu, em Farsala. Regressou a Roma, tornando-se ditador (na Roma antiga, o governante com plenos poderes, embora nomeado pelo Senado e por um período previamente estabelecido).


César consolidou seu domínio do mundo conhecido na época, através de uma série de campanhas complementares: no Egito, na África , na Espanha (48-45 a.C.). Em Roma sua posição tornou-se cada vez mais monárquica, à medida que assumia sucessivamente o consulado e estendia a duração de seus poderes ditatoriais. Por fim, assumiu não somente a realeza (convertendo a República romana em Império), mas também a condição de deus vivo.

Entre o povo e as legiões romanas, sua popularidade era imensa, devido aos triunfos militares que enriqueciam a cidade e eram generosamente distribuídos, embora de forma desigual, aos cidadãos romanos. Durante o período em que esteve à frente do Estado romano, introduziu importantes reformas administrativas e estendeu a cidadania romana a outras regiões do império. Também reformou o calendário, introduzindo um que encerrava os séculos de confusão causados pela defasagem entre o ano lunar e o solar.

Nesse meio tempo, teve a célebre relação amorosa com Cleópatra, a quem fez rainha do Egito - então uma das mais ricas províncias romanas. Mas em Roma os senadores não só desaprovavam essa união como usavam-na como pretexto para difamá-lo. Percebendo sua intenção de acabar definitivamente com a República e centralizar em suas mãos o poder, bem como transmiti-lo a um descendente, os senadores conspiraram para matar César, o que aconteceu em 44 a.C.

Em seu testamento, porém, ele deixou todos os seus bens para a população de Roma. Esta, também incitada por Marco Antônio, reagiu contra os conspiradores, forçando-os a fugir da cidade. Alguns historiadores contemporâneos levantam a tese de que Júlio César, sentindo-se velho e sofrendo de epilepsia, deixou-se matar, acreditando que com isso, seu sucessor no governo romano seria seu herdeiro legal, Otaviano Augusto, como aconteceu de fato.

Destaque-se que, além do talento militar, César teve também uma grande atuação intelectual em Roma. Foi um orador elogiado por Cícero - o maior dos oradores romanos. Escreveu poesia e dois livros sobre gramática latina. Sua obra principal chama-se "Comentários" que abrange sete livros sobre a guerra da Gália e sobre a guerra civil, em que, com um estilo supostamente objetivo e imparcial, defende-se das muitas acusações que lhe foram feitas por seus críticos.

A Rainha Cleópatra

Cleópatra nasceu em Alexandria, pouco se sabe sobre a sua infância e adolescência.Muito culta, estudada, sabia falar mais de seis idiomas. Com a morte do pai, Cleópatra e seu irmão Ptolomeu tornaram-se os novos soberanos do Egito. 
 
A luta pelo poder entre irmãos gerou uma crise política e financeira muito grande no Egito. Cleópatra sabia que Roma era a nova potencia do Mediterrâneo. Conheceu o homem mais poderoso de Roma o “Júlio César”, tornaram-se amantes. Com a ajuda do César ,Cleópatra  torna-se rainha do Egito. César adiou sua volta a Roma e juntou-se a Cleópatra para conhecer melhor o Egito.Tanto Cleópatra, como César era visto como um Deus. Com César, Cleópatra foi morar em Roma e nasceu seu primeiro filho, Césario. 
 
 
Nesse meio tempo César ganhou muito dinheiro,construiu um templo com a estátua de Cleópatra e um belo jardim para sua rainha do Egito.Aliado ao homem mais poderoso do mundo, era quase certo que seu filho Cesário herdaria um Império grandioso.Mas a idéia de acabar com a república romana não agradou os senado e o Júlio César foi assassinado por inimigos políticos., Cleópatra volta ao Egito.
 
Mas o país mais rico do mundo estava em declínio econômico e político.Cleópatra era uma grande negociante e  estrategista militar e utilizou toda a sua habilidade administrativa para melhorar a situação explorando as estradas de comércio e  a rota das caravanas.As rotas das caravanas abastecia o comércio local e os palácios egípicios.
 
Marco Antônio era o governador da porção oriental do Império Romano e se envolve com a rainha Cleópatra, desse romance nascem os filhos gêmeos. Ao contrair núpcias com Marco Antônio, Cleópatra recebe de voltas os territórios de Cirene e outros que estavam sob os domínios do Império Romano. Mas esse fato desagradou o Senado romano, que declara guerra. 
 
Marco Antônio foi derrotado por Otaviano na batalha naval de Ácio e se matou. Cleópatra tornou-se prisioneira no seu próprio palácio. Quando os soldados romanos entraram no quarto da rainha, Cleópatra estava morta vestida com trajes reais. Alexandria tornou-se uma província romana do Egito. 
 
Mas Cleópatra nunca foi esquecido, e até hoje e lembrada como rainha do antigo Egito.

Os Pilotos Kamikazes



Os pilotos japoneses arremessavam seus aviões contra os navios inimigos pois não tinham combustível o suficiente para chegar em uma base segura. Há um relato de um japonês que tentou colidir com um navio no seu avião mas foi abatido antes de chegar ao alvo, sobrevivendo logo após a queda no mar. Isto fez com que ele sentisse muita vergonha por não ter conseguido cumprir sua missão.
Existem versões diferentes para a verdadeira história da criação do tipo Kamikaze. Durante os combates aéreos da Guerra do Pacífico, muitos pilotos, sobrevoando diretamente os navios inimigos ou instalações em terra, se viram em situações de gravemente feridos ou o avião muito avariado. Em tais situações, muitos optaram enquanto era possível manobrar a aeronave, por um mergulho suicida contra o objetivo inimigo. Essas ocasiões não raras, ainda não eram consideradas verdadeiramente um ataque-suicida e sim uma maneira de atingir o objetivo uma vez que havia mínimas chances de sobrevivência, pois não havia equipamentos de salvamento, tais como, paraquedas.
O ataque Kamikaze foi um assunto totalmente diverso, pois nesta operação, o piloto ou a tripulação inteira de um avião atacante, eliminava até a mais remota probabilidade de salvamento, uma vez empenhado no mergulho mortal contra o inimigo.
A morte era a companheira do piloto Kamikaze, tal como foi, a do Kaiten - torpedo humano empregado nos últimos estágios da guerra. O caça Zero (Mitsubishi A6M Zero), durante muito tempo a principal arma da marinha, representou o principal papel para estas atividades.
Havia boas razões para tal :
  1. Quantidade, pois era o avião mais produzido no Japão;
  2. Performance , que lhe permitia romper as defesas anti-aéreas dos navios, bem como a sua alta manobrabilidade para escapar dos caças Hellcat (F6F Hellcat).
Junto a isto o elemento humano. Naturalmente o estado de espírito dos aviadores japoneses, estavam num estado de exaltação muito grande. Devido ao costume sacramentado e a cultura japonesa de que a derrota ou o fracasso em sua missão era motivo de desonra, não hesitavam em executá-las da melhor forma possível.
Outro ponto era de que não reconheciam a existência como prisioneiro de guerra, a captura pelo inimigo devia ser mais temida do que a morte, porque a captura sempre era acompanhada de desgraças para a família na pátria.
Em tais circunstâncias, então a Força Aérea da Marinha Japonesa planejou e finalmente aprovou e executou ações como ataques-suícidas.
Um dos mais bem sucedidos ataques Kamikazes ocorreu no dia 25 de Novembro de 1944. Vinte e sete caças bombardeiros convergiam para força-tarefa inimiga; um grupo de seis Zeros, comandados pelo tenente Kimiyoshi Takatake, em seu caminho para encontrar os demais aviões do grupo, avistaram e atacaram o grande porta-aviões Essex e o Independence.
Historiadores militares mencionam que ataques aéreos contra frotas coordenadas e em movimento, na época atingiam uma eficiência em torno de 10%, com os ataques Kamikazes este número de aproximava de 30%.
Hiroyoshi Nishizawa o maior piloto do Japão ofereceu-se como voluntário para uma missão Kamikaze mas sua oferta foi recusada.
Cerca de 2.525 pilotos morreram em ataques Kamikaze, causando a morte de 4.900 soldados aliados e deixando mais de 4 mil feridos. O número de navios afundados é controverso. A propaganda japonesa da época divulgava que os ataques conseguiram afundar 81 navios e danificar outros 195. A Força Aérea Americana alega que 34 barcos afundaram e 368 ficaram danificados.[1]
Ao término da guerra o Vice-Almirante Takijiro Onishi, vice-chefe do Estado Maior Geral da Marinha e criador das operações Kamikaze, preferiu a morte por hara-kiri, assim terminava a história dos Kamikazes, mas o legado havia ficado.
Obs: Os capacetes utilizados pelos Kamikazes serviam não apenas para proteção, e não eram também somente mais um artigo dos seus uniformes, mas também serviam para comunicação, uma vez que os rádios se localizavam nos capacetes.

 

segunda-feira, 6 de junho de 2011

A Morte de Hitler




Em recente exposição organizada em Moscou, as autoridades russas expuseram uma parte superior do que se supõe ser o crânio de Adolf Hitler, ditador da Alemanha entre 1933 e 1945, que se suicidou no dia 30 de abril de 1945. Leia sobre os últimos dias que antecederam a sua morte.



Última foto de Hitler, capa de um dos inúmeros livros a seu respeito

"Se não chegarmos a triunfar não nos restaria senão, ao soçobrarmos, arrastar conosco metade do mundo neste desastre". - Hitler a H.Rauschning, "Gesprache".


O ambiente no bunker era tenso, sufocante. Faziam mais de cem dias, entre entradas e saídas, que um pequeno grupo de funcionários, oficiais e oligarcas nazistas, estavam lá entocados como lobos acuados ao redor de Adolf Hitler. Construída nos jardins da Chancelaria do Reich, em Berlim, a casamata tinha a função de protegê-los dos ataques aéreos aliados que devastavam a capital da Alemanha. Acentuando ainda mais a situação troglodita e claustofóbica em que viviam, chegou-lhes a notícia que o Exército Vermelho estava às portas. No dia 18 de abril de 1945, um colossal vagalhão blindado de tanques, canhões e aviões, esparramou dois milhões e meios de soldados russos para as cercanias da cidade. Mais de um milhão deles combateram uma espetacular batalha de ruas, contra as derradeiras forças da resistência alemã. Ao preço de 300 mil baixas, os soviéticos penetraram-na por todos os lados.



Foto do fantasmagórico bunker de Hitler


A última aparição de Hitler

Hitler ainda recebeu alguns convidados mais próximos para seu aniversário em 20 de abril. Há uma foto dele na ocasião. Com a gola do capote levantada, ele cumprimenta, do lado de fora da Chancelaria do Reich destruída, alguns jovens garotos da juventude nazista que haviam se destacado na defesa desesperada da cidade. O Führer estava uma ruína humana. Os últimos acontecimentos haviam-lhe retirado a seiva. Sua tez acinzentou-se, o rosto encovou-se e os olhos adquiriram uma opacidade de semimorto. Para consolá-lo e sacudi-lo da letargia depressiva em que se encontrava, Joseph Gobbels, seu Ministro da Propaganda, lia-lhe diariamente trechos da "História de Frederico o Grande", de Carlyle, especialmente a passagem onde é narrada a milagrosa salvação daquele capitão-de-guerra prussiano na Guerra dos Sete Anos (1756-63), que escapou do destino dos derrotados devido a um desacerto ocorrido entre seus inimigos.

A determinação de ficar ali e travar a batalha final foi tomada numa reunião no dia 22. Inspirando-se na tradição nórdica do herói que morre solitariamente num último combate, ou no sepultamento do guerreiro viquingue incinerado no seu barco de comando, Hitler comunicou a todos a intenção de comandar pessoalmente as operações. Recebeu, porém, telefonemas de alguns seguidores e de outros generais que instaram para que se retirasse enquanto havia tempo. O Führer manteve-se intransigente. Ninguém o arrastaria para fora da liça.
O atentado de 20 de julho e o desencanto

Uma das razões, mais remotas, da aparência cinzenta e desencantada de Hitler, resultou do choque que ele teve, nove meses antes, do atentado cometido contra a sua vida. Naquela ocasião, no dia 20 de julho de 1944, um grupo de conspiradores, quase todos altos membros da hierarquia militar e integrantes da nobreza alemã, conseguiram fazer com que o coronel do estado maior Claus Schenk von Stauffenberg, colocasse uma bomba no quartel-general do Alto Comando. O artefato explodiu na sala de reuniões onde Hitler estava presente, mas apenas provocou pequenas escoriações nele. Refeito do susto, o ditador ordenou uma caçada em massa contra todos os envolvidos, que terminaram executados depois de serem sumariamente condenados à morte num Tribunal Popular. O outro motivo que levou Hitler a desejar suicidar-se, e em seguida ser incinerado, decorreu da notícia que ele recebeu do destino infausto do ditador fascista Benito Mussolini. O Duce fora capturado em Dongo, no norte da Itália, por partisans comunistas, e seu corpo foi exposto, pendurado de cabeça para baixo num posto de gasolina em Milão, junto ao da sua amante Claretta Petacci, em 28 de abril de 1945. Hitler temia que seu cadáver fosse profanado ou levado como troféu de guerra para a URSS.
O casamento e uma traição


Hitler e Eva Braun
Poucos dias depois de ter tomado a decisão definitiva, resolveu formalizar sua união com Eva Braun, encomendando um casamento de emergência dentro do abrigo. O casal decidira por fim à vida juntos. Hitler tinha-se mantido solteiro, até então, em nome da mística que sua solitária figura messiânica exercia sobre o povo alemão. O salvador não poderia ser um homem comum, com esposa e filhos, envolvido pela contabilidade doméstica, e na rotina matrimonial burguesa.


Teve ainda um espumante ataque de fúria quando soube (ele, mesmo nos estertores, ainda era informado de tudo), que Heinrich Himmler, o Reichsführer SS, havia, às suas costas, à socapa, contatado com o legatário sueco, o conde Bernadotte, para negociar uma paz em separado com os exércitos ocidentais, que avançavam Alemanha a dentro vindos do Rio Reno. Numa das suas derradeiras ordens, determinou a expulsão sumaria dele do Partido Nazista, exonerando-o de todos os cargos de chefia. Mas aquela altura de nada adiantava.
O momento final

No dia 29 de abril, deu-se a reunião final. O General Weidling, governador militar de Berlim, e comandante da LVI Panzer Corps, ainda aventou a possibilidade de uma escapada pelas linhas soviéticas, mas Hitler o dissuadiu. Não tinham nem tropas, nem equipamento, nem munições, para qualquer tipo de operação. Era ficar e morrer!

O Führer então despediu-se formalmente das pessoas mais próximas que ainda o seguiam até aquele momento. Pressentindo o suicídio, os que estavam no bunker reagiram de uma maneira inesperada. Muitos, após colocarem discos na vitrola, puseram-se a dançar e alegremente, confraternizaram com os demais, como se um esmagador peso, repentinamente, tivesse sido removido de cima deles. O fascínio de feiticeiro que Hitler exercera sobre eles cessara como que por encanto.

Depois do almoço, no dia 30 de abril, trancou-se com Eva Braun nos seus aposentos. Ouviu-se apenas um tiro. Quando lá penetraram encontraram-no com a cabeça estraçalhada à bala e com a pistola caída no colo. Em frente a ele, em languidez de morta, estava Eva Braun, sem nenhum ferimento visível. Ela ingerira cianureto, um poderosíssimo veneno. Eram 15:30 horas! Rapidamente os dois corpos, envolvidos num encerado, foram removidos para o pátio e, com o auxilio de 180 litros de gasolina que os embeberam, formaram, incendiados, uma vigorosa pira. Ao redor deles, uma silenciosa saudação fascista prestou-lhes a homenagem derradeira.
Berlim, o mausoléu de Hitler

Lá fora, a capital do IIIº Reich também ardia num colossal braseiro. Monumentos, prédios públicos, palácios, edifícios, casas, praças e avenidas, pareciam um entulho só. Os sobreviventes, apavorados com o terrível rugido dos canhões e das bombas, que lhes soavam como se fosse o acorde final do "Gotterdammerung", o wagneriano "Crepúsculo dos Deuses", acreditavam que a hora do apocalipse chegara. Berlim, com 250 mil prédios destruídos, virara um cemitério lunar. A grande cidade, transformada em ruínas, assemelhava-se a um fantástico mausoléu erguido pela barragem de fogo aliada para sepultar uma das monstruosidades do século. Hitler suicidara-se aos 56 anos, e o seu regime, que segundo seus propagandistas mais pretensiosos deveria ser o Reich de Mil Anos, naufragou com ele doze anos depois dele ter assumido a Chancelaria da república alemã, em janeiro de 1933.


Napoleão Bonaparte

15/08/1769, Ajaccio, Córsega
05/05/1821, Santa Helena
Da Redação
Em São Paulo
Reprodução
Napoleão Bonaparte foi um grande estrategista militar
Um dos maiores mitos da França de todos os tempos, Napoleão Bonaparte escreveu o seu nome na história pelas conquistas que realizou. Durante quase dez anos (de 18 de maio de 1804 a 6 de abril de 1814), foi o imperador da França, adotando o nome de Napoleão 1º.

No entanto, a sua subida ao poder aconteceu bem antes: em 1799. Além disso, conquistou e governou grande parte da Europa central e ocidental. Os seus biógrafos têm uma explicação para o sucesso militar empreendido por Napoleão: o seu talento de estrategista, a sua facilidade para empolgar soldados com promessas de glória e riqueza e o seu grande espírito de liderança.

Napoleão contou com a ajuda do governo para cursar a Escola Real de Brienne e, depois, a Escola Militar Real de Paris. Nas duas instituições, a sua habilidade em lidar com a matemática ficou conhecida.

Em 1793, a Inglaterra invadiu a Córsega, uma ilha mediterrânea, e a família do futuro imperador foi exilada em Toulon, cidade que também foi tomada pelos ingleses. Foi aí que o talento de estrategista, que mais tarde assombraria o mundo, começou a aparecer. Após a invasão, Napoleão propôs (e o governo aceitou) um plano de contra-ataque para expulsar os invasores de Toulon. Com a reconquista da cidade, Napoleão Bonaparte passou a ser conhecido como um general com grandes méritos.

Em março de 1796, quando tinha apenas 26 anos, Napoleão Bonaparte recebeu a primeira grande tarefa de sua longa carreira militar: comandar o Exército francês que lutava na Itália. No país, o futuro imperador da França venceu muitas batalhas, mas foi somente com a vitória contra a Áustria, em Lodi, ele passou a se considerar um homem predestinado, superior aos demais, destinado a realizar grandes feitos.

Depois da Itália e Áustria, seguiu para o Egito, onde fez um dos seus mais famosos discursos, ao lado das pirâmides milenares.

Os franceses foram derrotados, Napoleão e o seu exército voltaram para a França, mas a popularidade do general não parava de crescer. Os franceses demonstravam descontentamento com os governos totalitários e queriam mais estabilidade. Finalmente, sob o comando de Napoleão Bonaparte, os governantes do país foram derrubados e começou no país o que os historiadores chamam de "A Era Napoleônica".

O seu governo era centralizado e controlado por militares. No executivo, três pessoas ditavam as cartas: Roger Ducos, Emmanuel Sieyès e o próprio Napoleão Bonaparte, que tinha a maior influência política.

O ideal revolucionário, "liberdade, igualdade e fraternidade" foi ignorado. Com uma forte censura à imprensa e ação repressora dos órgãos policiais, o general conseguiu praticamente acabar com a oposição na França. A sua interferência nos assuntos do país era tão grande que Napoleão assinou um acordo entre a Igreja Católica e o Estado.

O acordo possibilitava o governo francês confiscar as propriedades da igreja desde que amparasse o clero. Depois de mais de uma década de caos social, as medidas aplicadas por Napoleão Bonaparte agradaram principalmente à elite.

Com a sua popularidade em alta, não demorou para que o general assumisse o novo regime monárquico, implantado no país em 1804. Na festa, realizada na Catedral de Notre -Dame, um detalhe do poderio de Napoleão Bonaparte. Em um ato surpreendente, o imperador retirou a coroa das mãos do papa Pio 7º, que tinha viajado exclusivamente para a cerimônia, e a colocou em sua cabeça. Em seguida, também coroou a sua esposa, Josefina.

A França não parava de anexar novos territórios sob o comando do imperador e a fama do general já tinha conquistado o mundo.

Em 1806, Napoleão Bonaparte decreta o bloqueio continental contra a Inglaterra. Para enfraquecer os seus "inimigos", a França proíbe que qualquer país europeu abra seus portos para realizar transações comerciais com a Inglaterra. Com uma disposição fora do comum para as batalhas, Napoleão Bonaparte foi colhendo inimigos. O seu poder começou a ruir quando deu ordens para invadir a Rússia.

Mesmo tento ocupado a capital Moscou, os russos não se entregaram ao Exército napoleônico porque contavam com o "rigoroso inverno". Com o frio, os soldados franceses foram ficando sem abastecimento e não tiveram outra alternativa a não ser o recuo. Alguns historiadores contam que, de um total de 600 mil homens, apenas 37 mil sobreviveram nesta invasão.

Fragilizado, o general viu os seus inimigos invadirem a França e Napoleão Bonaparte foi obrigado a renunciar ao trono de imperador em abril de 1814, e ficou exilado na ilha de Elba. Depois, ainda tentou voltar ao poder, mas foi derrotado na célebre Batalha de Waterllo, no dia 18 de junho de 1815. Três dias depois, Napoleão Bonaparte seguiu para outro exílio, na ilha de Santa Helena, onde morreu no dia 5 de maio de 1821. O mito agora fazia parte da história.
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Alexandre, o Grande

Como o rei da Macedônia construiu seu império

Túlio Vilela*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Reprodução
Busto de Alexandre, o Grande
Alexandre, o Grande. Uma das personalidades mais fascinantes da história. Responsável pela construção de um dos maiores impérios que já existiu. Sua inteligência e gênio estratégico se tornaram lendários. Alguns de seus contemporâneos chegaram até a supor que ele fosse filho de Zeus, o líder dos deuses do Olimpo.

Na verdade, Alexandre não era um deus, e nem um semideus, mas um apenas um homem, com qualidades excepcionais, mas ainda assim um homem. Vamos ver a seguir um pouco de sua vida e da época em que ele viveu. Mas antes de falarmos dele, vamos falar um pouco da Grécia Antiga - cuja cultura Alexandre difundiu para outras partes do mundo - e da Macedônia, a região onde esse conquistador, filho do rei Filipe 2º, nasceu.

O mundo grego

As cidades da Grécia antiga funcionavam como "países" ou Estados independentes, cada uma com seu próprio governo e suas próprias leis. Um grego nascido em uma cidade seria considerado estrangeiro em outra. Por isso, as cidades da Grécia antiga são chamadas de cidades-Estados.

A Guerra do Peloponeso

Embora compartilhassem a mesma língua, cultura e religião, os antigos gregos estavam divididos politicamente. Não raro, uma cidade grega estava em guerra contra outra. Uma dessas guerras foi a Guerra do Peloponeso, que durou quase 30 anos. A Guerra do Peloponeso foi travada entre as duas mais poderosas cidades-Estado da Grécia Antiga: Atenas e Esparta, que disputaram a hegemonia sobre a região.

Quase todas as cidades-Estado gregas se envolveram ou foram envolvidas no conflito, algumas se aliaram a Atenas, enquanto outras se aliaram a Esparta. Essa guerra teve início no ano 431 a.C e terminou somente em 404 a.C., quando Atenas rendeu-se a Esparta. Uma das conseqüências da Guerra do Peloponeso foi o extremo empobrecimento da população grega: os pobres ficaram ainda mais pobres e foram os que mais sofreram.

Contudo, enquanto as cidades-Estado gregas lutavam entre si, um reino vizinho, a Macedônia, ganhava força.

O Reino da Macedônia

A Macedônia localizava-se na península dos Bálcãs, também chamada de península Balcânica, a nordeste da Grécia. A maioria da população era formada por camponeses livres, cujas principais ocupações eram o cultivo de terras e a criação de gado. A língua falada na Macedônia era parecida com a falada na Grécia, mas não era exatamente a mesma.

Apesar das semelhanças culturais, os antigos gregos viam com desprezo o povo da Macedônia. Na visão preconceituosa dos antigos gregos, os macedônios não passavam de montanheses ignorantes que pouco diferiam dos povos chamados de "bárbaros". Em 359 a.C., aos 23 anos de idade, Filipe tornou-se rei da Macedônia, com o nome de Filipe 2º.

Antes disso, ele havia passado três anos como refém em Tebas, uma cidade grega, onde aprendeu as mais avançadas táticas militares da época e testemunhou as violentas batalhas entre as cidades gregas. Filipe 2º aplicou tudo o que aprendeu em Tebas para organizar um exército poderoso e bem treinado.

O exército de Filipe da Macedônia

A cavalaria do exército de Filipe 2º era toda formada por membros da nobreza (o grupo privilegiado) enquanto que a infantaria (o grupo de soldados que lutam a pé, sem montaria) era formada por homens livres pobres. Ao transformar a Macedônia numa potência militar, Filipe 2º deu início à conquista da Grécia, que já se encontrava enfraquecida em decorrência da Guerra do Peloponeso.

O ateniense Demóstenes liderou uma união das cidades gregas contra a invasão macedônia. No entanto, essa união não foi suficiente para vencer o exército macedônio, que era muito mais bem treinado, e os gregos acabaram sendo derrotados definitivamente em 338 a.C. na batalha de Queronéia, nome de outra cidade grega.

Guerra contra a Pérsia

Após ter conquistado a Grécia, Filipe 2º começou a planejar uma guerra contra a Pérsia, região que corresponde mais ou menos ao Irã atual. Os persas eram donos de um grande império e vários povos estavam sob o seu domínio. Os tesouros dos reis persas e as terras férteis desse império atraíram o interesse do rei macedônio.

No entanto, Filipe 2º foi assassinado durante a festa de casamento de sua filha, quando já havia iniciado os preparativos para a guerra contra os persas. O assassino era supostamente um ex-amante rancoroso (tanto na Grécia quanto na Macedônia, era socialmente aceito que um homem tivesse amantes de ambos os sexos).

Também se suspeitou que Alexandre tivesse tramado o assassinato do próprio pai. Já segundo o historiador grego Plutarco, o assassinato foi tramado pelo recém coroado rei da Pérsia, Dario 3º.

Alexandre sobe ao trono

Com a morte do pai, Alexandre, que tinha então 20 anos, se tornou o novo rei da Macedônia. Antes de se tornar rei, o jovem Alexandre já tinha experiência política e militar. Aos 16 anos, quando o pai liderou um ataque contra a cidade de Bizâncio (atual Istambul, na Turquia), em 340 a.C., Alexandre assumiu temporariamente o reino da Macedônia. Alexandre também auxiliou o pai na batalha de Queronéia, liderando a cavalaria.

Apesar de violento, Alexandre também era culto e sofisticado. Ele adquiriu uma sólida formação cultural graças às aulas que recebeu de Aristóteles, um dos maiores filósofos da Antigüidade. Aristóteles estudou na Academia de Platão, importante filósofo grego. Foi Filipe 2º quem confiou a educação de Alexandre aos cuidados de Aristóteles.

A conquista do Egito

Em 334 a.C., Alexandre liderou um exército de milhares de homens e atravessou a Ásia Menor. Esse exército era formado por macedônios e gregos. Além dos soldados, Alexandre também levou sábios da época para estudar a fauna e flora local e cartografar o terreno.O interesse de Alexandre pela ciência foi estimulado pelas aulas que teve com seu mestre.

Durante a campanha, o jovem rei conquistou o litoral da Ásia Menor, marchou contra a Síria e derrotou o exército persa na batalha de Isso. Também dominou Tiro, cidade portuária que era considerada inconquistável. Após a conquista dessa cidade, milhares de pessoas foram mortas e um e outras milhares foram escravizadas, pois Alexandre punia com a morte ou com a escravidão a população das cidades que ousassem resistir.

Depois disso, o exército de Alexandre avançou rumo ao Egito, onde não encontrou resistência. Para os egípcios, Alexandre foi considerado um libertador, porque os livrou do domínio persa. Por isso, os sacerdotes egípcios manifestaram sua gratidão fazendo de Alexandre um novo faraó. Vale lembrar que, no Egito, os faraós eram considerados deuses, o que dá uma idéia de como Alexandre era visto em sua época.

Alexandre aproveitou a ocasião e fundou uma nova cidade no Egito, Alexandria, que veio a se tornar local de uma das maiores bibliotecas da Antigüidade e um importante centro cultural nos séculos seguintes.

A queda do Império Persa

Do Egito, Alexandre marchou com seus soldados em direção à Mesopotâmia. O exército persa era mais numeroso que o de Alexandre e contava com cavalaria, elefantes (que eram usados nos campos de batalha mais ou menos como os atuais tanques de guerra) e carruagens com rodas cujos eixos tinham lâminas pontiagudas.

Quando essas carruagens corriam nos campos de batalha, essas lâminas giravam junto com as rodas e cortavam os soldados inimigos que estivessem no caminho. Apesar disso tudo, o exército persa acabou derrotado. Uma das razões para a derrota foi o fato de que os persas lutavam desmotivados: o rei Dario 3º havia obrigado os homens a se alistarem para a guerra.

O rei persa fugiu. Depois disso, o exército de Alexandre passou pelas cidades da Babilônia e de Persépolis. Essa última foi incendiada por ordem de Alexandre para vingar a destruição de Atenas pelos persas mais de 150 anos antes. Quando Alexandre finalmente alcançou Dario, este acabou morto por membros da sua própria corte.

Ambição sem limites de Alexandre

A ambição de Alexandre não conhecia limites. Não bastassem as conquistas já realizadas, ele decidiu invadir a Ásia Central, atravessando o que hoje é o Afeganistão em direção ao norte da Índia. A resistência da população local foi muito forte. Somente após três anos de luta e massacres o exército de Alexandre conseguiu conquistar uma pequena parte da região.

Alexandre pretendia penetrar ainda mais no território da Índia, mas os seus soldados, tanto gregos quanto macedônios, estavam cansados de guerras intermináveis e difíceis e se recusaram a prosseguir. A contragosto, em 325 a.C, Alexandre se viu obrigado a abandonar seus planos de novas conquistas.

Como resultado de todas essas campanhas, Alexandre criou um império que se estendia da Grécia ao rio Indo. Ele não voltou para a Macedônia, permanecendo na Babilônia. Imitando os antigos reis persas, ele cercou-se de luxo e até ordenou que seus nobres se ajoelhassem diante dele e beijassem sua mão.

Em 323 a.C, aos 33 anos incompletos, Alexandre morreu, vitimado por uma febre. Seus generais começaram a disputar o poder entre si. O vasto império acabou se dividindo em reinos menores, dos quais os mais importantes eram os da Macedônia, da Síria e do Egito. Os generais de Alexandre se tornaram os governantes desses reinos.

O legado de Alexandre, o Grande

Alexandre contribuiu para a difusão da cultura grega no Oriente. Suas conquistas aproximaram Ocidente e Oriente, dando origem a uma nova cultura, a helenística, resultado da mistura das culturas ocidental e oriental. Em grande parte, essa mistura foi estimulada pelo próprio Alexandre, que além de ser tolerante em relação à religião e cultura dos povos conquistados, incentivava que os homens do exército se casassem com mulheres orientais. Ele próprio deu o exemplo, casando-se com três princesas persas. Ele teve dois filhos: um com uma de suas esposas e o outro com uma de suas concubinas.

Por fim, a figura de Alexandre acabou servindo de inspiração para outro líder militar que viveu depois dele: Júlio César, o general romano que fundamentou as bases do que veio a se tornar o Império Romano.

A sexualidade de Alexandre

Um dos aspectos que mais atrai a curiosidade do público atual a respeito de Alexandre é o fato de que, segundo várias fontes, Alexandre não escondia o fato de que mantinha relações sexuais com homens e mulheres. Esse aspecto foi bastante reforçado no filme "Alexandre", dirigido pelo cineasta norte-americano Oliver Stone. Segundo essas fontes, apesar de seus casamentos e filhos, Alexandre preferia a companhia de um dos seus amantes.

No entanto, de acordo com algumas dessas mesmas fontes, Alexandre condenava relacionamentos baseados apenas na atração física. Curiosamente, para alguns, no mundo grego, a homossexualidade masculina era tolerada apenas quando envolvesse o relacionamento de homens mais velhos com homens mais jovens (na visão dos gregos, a beleza era um atributo das pessoas jovens, tanto moças, quanto rapazes).

O que chamava a atenção no caso de Alexandre foi o fato de ter mantido relacionamentos com homens que tinham praticamente a mesma idade que ele. Por outro lado, muitos dos relatos a respeito da vida sexual ou amorosa de Alexandre são vistos com reservas, pois foram escritos muitos séculos depois de sua morte.
 
*Túlio Vilela, formado em história pela USP, é professor da rede pública do Estado de São Paulo e um dos autores de "Como Usar as Histórias em Quadrinhos na Sala de Aula" (Editora Contexto).
 
índiceHISTÓRIA GERAL Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. A grafia vigente até então e a da reforma ortográfica serão aceitas até 2012

Foto de satélite descobre novas pirâmides no Egito

Escavações iniciais já confirmaram algumas dessas descobertas

Foto de satélite descobre novas pirâmides no Egito
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Filipe Cury
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Um trabalho de arqueologia espacial conseguiu descobrir novas pirâmides no Egito por meio de satélites com tecnologia infra-vermelho. Os pesquisadores da Universidade do Alabama encontraram um total de 17 pirâmides perdidas no tempo, além de inúmeras construções e mais de mil tumbas.

As escavações iniciais já confirmaram algumas dessas descobertas. A equipe analisou as imagens tiradas a 700km da terra com um equipamento que pode identificar objetos com até 1m de diâmetro.

A tecnologia infra-vermelho foi utilizada para destacar os diferentes materiais sob a superfície. Os egípcios antigos construíram as pirâmides com tijolos de lama, que são muito mais densos do que o solo ao redor, composto basicamente por areia. Por conta disso, os templos feitos no tempo dos faraós apresentam um bom estado de conservação.