Os pilotos japoneses arremessavam seus aviões contra os navios inimigos pois não tinham combustível o suficiente para chegar em uma base segura. Há um relato de um japonês que tentou colidir com um navio no seu avião mas foi abatido antes de chegar ao alvo, sobrevivendo logo após a queda no mar. Isto fez com que ele sentisse muita vergonha por não ter conseguido cumprir sua missão.
Existem versões diferentes para a verdadeira história da criação do tipo Kamikaze. Durante os combates aéreos da Guerra do Pacífico, muitos pilotos, sobrevoando diretamente os navios inimigos ou instalações em terra, se viram em situações de gravemente feridos ou o avião muito avariado. Em tais situações, muitos optaram enquanto era possível manobrar a aeronave, por um mergulho suicida contra o objetivo inimigo. Essas ocasiões não raras, ainda não eram consideradas verdadeiramente um ataque-suicida e sim uma maneira de atingir o objetivo uma vez que havia mínimas chances de sobrevivência, pois não havia equipamentos de salvamento, tais como, paraquedas.
O ataque Kamikaze foi um assunto totalmente diverso, pois nesta operação, o piloto ou a tripulação inteira de um avião atacante, eliminava até a mais remota probabilidade de salvamento, uma vez empenhado no mergulho mortal contra o inimigo.
A morte era a companheira do piloto Kamikaze, tal como foi, a do Kaiten - torpedo humano empregado nos últimos estágios da guerra. O caça Zero (Mitsubishi A6M Zero), durante muito tempo a principal arma da marinha, representou o principal papel para estas atividades.
Havia boas razões para tal :
- Quantidade, pois era o avião mais produzido no Japão;
- Performance , que lhe permitia romper as defesas anti-aéreas dos navios, bem como a sua alta manobrabilidade para escapar dos caças Hellcat (F6F Hellcat).
Junto a isto o elemento humano. Naturalmente o estado de espírito dos aviadores japoneses, estavam num estado de exaltação muito grande. Devido ao costume sacramentado e a cultura japonesa de que a derrota ou o fracasso em sua missão era motivo de desonra, não hesitavam em executá-las da melhor forma possível.
Outro ponto era de que não reconheciam a existência como prisioneiro de guerra, a captura pelo inimigo devia ser mais temida do que a morte, porque a captura sempre era acompanhada de desgraças para a família na pátria.
Em tais circunstâncias, então a Força Aérea da Marinha Japonesa planejou e finalmente aprovou e executou ações como ataques-suícidas.
Um dos mais bem sucedidos ataques Kamikazes ocorreu no dia 25 de Novembro de 1944. Vinte e sete caças bombardeiros convergiam para força-tarefa inimiga; um grupo de seis Zeros, comandados pelo tenente Kimiyoshi Takatake, em seu caminho para encontrar os demais aviões do grupo, avistaram e atacaram o grande porta-aviões Essex e o Independence.
Historiadores militares mencionam que ataques aéreos contra frotas coordenadas e em movimento, na época atingiam uma eficiência em torno de 10%, com os ataques Kamikazes este número de aproximava de 30%.
Hiroyoshi Nishizawa o maior piloto do Japão ofereceu-se como voluntário para uma missão Kamikaze mas sua oferta foi recusada.
Cerca de 2.525 pilotos morreram em ataques Kamikaze, causando a morte de 4.900 soldados aliados e deixando mais de 4 mil feridos. O número de navios afundados é controverso. A propaganda japonesa da época divulgava que os ataques conseguiram afundar 81 navios e danificar outros 195. A Força Aérea Americana alega que 34 barcos afundaram e 368 ficaram danificados.[1]
Ao término da guerra o Vice-Almirante Takijiro Onishi, vice-chefe do Estado Maior Geral da Marinha e criador das operações Kamikaze, preferiu a morte por hara-kiri, assim terminava a história dos Kamikazes, mas o legado havia ficado.
Obs: Os capacetes utilizados pelos Kamikazes serviam não apenas para proteção, e não eram também somente mais um artigo dos seus uniformes, mas também serviam para comunicação, uma vez que os rádios se localizavam nos capacetes.
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